Getty Images Compras no cartão de crédito podem sair mais caras
O pico do dólar a R$ 1,90 nesta quinta-feira (22), maior valor desde junho de 2009, vai interferir diretamente na fatura de crédito internacional do consumidor brasileiro que fez compras em viagens ou pela internet. Quem teve a fatura fechada hoje pagará a compra com valor bem mais alto.
Quem adquiriu um produto por US$ 100 na semana passada, pagaria R$ 170 naquele período. Porém, se a fatura for fechada hoje, por exemplo, a mesma compra saltará para R$ 190. O cenário poderia ser pior: o dólar atingiu o pico de R$ 1,95, mas retraiu ao longo do dia com ação do Banco Central.
Viagem marcada
Quem já tem viagem marcada e paga para o exterior pode tentar fazer economia durante a viagem e comprar a menor quantidade de dólar possível, com a vantagem que já economizou a adquirir o pacote com a moeda em baixa. Quem ainda estava em dúvida deve adiar a viagem para julho.
Segundo alerta o professor e consultor Keyler Carvalho Rocha, da Universidade de São Paulo, até lá o valor já deve ter voltado para R$ 1,70.
- Esse valor alto não é natural, isso significa que virá uma maior oferta de câmbio e com isso ele tende a estabilizar.
Para quem tem dólar guardado em casa é o momento de vender. Rocha acredita que seja uma péssima maneira de investimento.
- O dólar não rende nada, quem já tem é melhor aproveitar a oportunidade de alta e vender, ele desvaloriza com a inflação, não rende juros e ainda corre o risco de ser roubado. Por que não aproveitar para vender já que cedo ou tarde ele vai voltar a baixar?
Segundo ele, o consumidor deve ter cautela agora. É importante não fazer dívidas, tentar poupar e fazer disso um hábito. E alerta:
- O momento é conturbado. É claro que as coisas vão piorar, então toda cautela é pouca.
Consequências
Apesar de o Brasil não ter sentido efeitos da crise até agora, ele afirma que eles logo virão e com isso, benefícios e malefícios. Já será possível sentir um aumento de preços.
- Por outro lado, indústria nacional se beneficiará com a alta do dólar, já que produtos importados ficarão mais caros, e isso pode gerar empregos.
* colaborou Marina Ribeiro, estagiária do R7