Fotos: Leandro Nunes / Ag. Ururau
Após a
solenidade de extração
do primeiro óleo da OGX na última quinta-feira (26/04), que contou com a
presença da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral, da
prefeita de São João da Barra, Carla Machado, além de outras autoridades
municipais, estaduais e federais, o empresário Eike Batista, em
coletiva de imprensa, esclareceu várias questões a respeito do
megaempreendimento que será o Complexo Superporto de Açu.
Parcerias já firmadas, ideias em desenvolvimento e planejamentos
futuros foram tratados por Eike com a mesma agilidade com que seus
projetos ganham ampla projeção na mídia nacional e internacional. Sem
rodeios, o empresário - que foi comparado a Henry Ford e Steve Jobs pelo
governador Sérgio Cabral - declarou, entre outras coisas, que a OGX
pretende chegar em 2015 com capacidade instalada de 450 mil barris por
dia, reforçando seu prestígio junto ao governo federal.
Na ocasião, além de acenar sobre a viabilidade de uma parceria com a
Petrobras, como o aval da própria presidente Dilma, Eike assinou termo
de compromisso entre a LLX, sua empresa de logística, e a Ferrovia
Centro Atlântica (FCA), administrada pela Vale, representada por
Humberto Freitas, diretor executivo de Logística e Pesquisa Mineral,
para dar continuidade aos estudos para a implantação de uma ligação
entre o Porto do Açu e a Baixada Fluminense. A ideia é implantar um
ramal de cerca de 40 km entre São João da Barra e Campos. Outra parte do
projeto prevê a reativação do corredor litorâneo. Segundo Eike, se
concretizada, a conexão permitirá acesso aos estados de Minas Gerais e
São Paulo.

“O
Porto está localizado próximo às reservas de minério de ferro e de
petróleo nas bacias brasileiras Essa solução é de interesse da chinesa
Wisco (Wuhan Iron and Steel Co.), que planeja implantar uma siderúrgica
na região e quer ter acesso ao minério de ferro de Minas. A Petrobras
também já revelou ter interesse na ligação férrea, que seria uma
alternativa para a movimentação da produção do Complexo petroquímico do
Rio de Janeiro (Comperj), em construção em Itaboraí, na Baixada
Fluminense. A Gerdau também já manifestou interesse em transportar ferro
por aqui. Enfim, todos vão se beneficiar e vão poder embarcar sua
produção em navios no Porto do Açu. Nossa previsão é que o complexo
movimente 350 milhões de toneladas por ano, entre exportações e
importações”, afirmou.
PARCEIROS, PROJETOS E MUITA OUSADIAPerguntado
sobre a intenção de instalar uma montadora de carros elétricos no Açu,
Eike declarou que, até o momento, o que evoluiu neste sentido foi a
fábrica de baterias com a Foxconn - principal fornecedora da Apple e
pioneira na tecnologia de lâmpadas LED alimentadas por painel solar -
que investirá US$ 1 bilhão em uma fábrica no Porto do Açu. O empresário
revelou ainda que possui uma equipe da empresa de Taiwan trabalhando em
seu escritório no Rio.

“Atualmente,
está em teste um poste super moderno aqui no Porto do Açu que agrega
painel solar, lâmpada LED e antena sem fio (wireless), com tecnologia
desenvolvida pela Foxconn. É um poste ‘multi-uso’, de tremenda utilidade
pública, que poderá ser um dos projetos que poderão ser desenvolvidos
aqui nesta parceria. Tenho uma equipe da Foxconn em minha sede lá no Rio
e a engenharia já está sendo detalhada minuciosamente para que, uma
hora, o projeto dispare. Conceitualmente, este projeto foi idealizado em
2005 e o Brasil tem um mercado excelente e os produtos são de baixo
custo para as prefeituras, por exemplo, que irá pagar menos conta de
luz. Quando se traz eficiência, fica bom pra todo mundo”, revelou Eike.
Além da Foxconn, em 2011, a LLX assinou contratos com a NKT Flexibles
(NKTF) e com a Technip Brasil para a instalação de unidades de produção
de tubos flexíveis para apoio à indústria offshore no Açu, gerando
cerca de mil empregos diretos. A InterMoor também assinou contrato com a
LLX para a instalação de uma unidade que oferecerá apoio logístico e
serviços especializados à indústria de óleo e gás no Superporto do Açu,
com geração de 750 empregos diretos.
A empresa de Eike também possui protocolos de intenção assinados com a
General Electric Energy do Brasil (GE) para produção de equipamentos
destinados aos segmentos de energia e óleo e gás e mais de 70 memorandos
de entendimento em negociação com empresas para instalação ou
movimentação de cargas no Superporto.

Entre
os tratados firmados, está o acordo de cooperação assinado com a Wisco
(Wuhan Iron and Steel Co.), terceira maior siderúrgica da China, e a
Ternium para a instalação de parque siderúrgico com capacidade inicial
de produção de 8,4 milhões de toneladas de aço bruto por ano. Desde o
inicio do projeto, a Hyundai Heavy Industries, líder mundial em
construção naval, já era sócia e parceira tecnológica da OGX na
construção de unidade de construção naval (UCN) de sua subsidiária, a
OSX Construção Naval, no Complexo Industrial do Porto do Açu, que será o
maior estaleiro das Américas.
As encomendas para a gigante coreana já contam com cinco FPSOs
(Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de Óleo e
Gás) e duas WHPS (plataformas fixas), somando uma carteira firme de
cerca de US$ 5 bilhões.
OGX E PETROBRAS: FUTURA PARCERIA COM AVAL DO GOVERNO FEDERALA
presidente Dilma Rousseff e o empresário Eike Batista defenderam, em
seus discursos durante a solenidade no Porto do Açu, a viabilidade de
uma parceria estratégica entre a Petrobras e a empresa OGX na área de
petróleo e gás. A presidente falou sobre a importância do país ter uma
grande empresa nacional, como o grupo EBX, e ressaltou a força dos
empreendedores públicos e privados.
“O nosso país tem, na área de petróleo, um grande poder e uma grande
força de soberania. Acredito que não pode haver concorrência no nosso
espírito entre duas grandes empresas, como é o caso da Petrobras e da
OGX. Ambas se situam em patamares diversos. Agora, ambas podem ganhar
muito com uma parceria entre elas. Estou certa que a OGX tem uma grande
colaboração a dar no que se refere a obter tecnologia de última geração
para o Brasil”, disse Dilma, em seu discurso.
O empresário afirmou que, em menos de três anos, a OGX perfurou 90
poços de petróleo, volume superior, segundo informou, a todas as
empresas estrangeiras que atuam no Brasil juntas e mencionou, inclusive,
a possibilidade da criação de uma terceira empresa, que reuniria a OGX e
a Petrobras, para atuar no setor energético.

“É
claro, somos muito menores que a Petrobras, mas é muito importante que a
Petrobras abriu esse caminho. Não posso deixar de sempre tirar o meu
chapéu pelas conquistas da Petrobras e foi dela, na verdade que nasceu a
OGX. O Brasil é tão grande, essas áreas do pré-sal são tão gigantes, se
a gente puder se complementar, ajudar um ao outro, tem que ser bom para
a Petrobras e bom para a gente. Cabeças que querem criar riquezas
juntas vão saber dividi-las juntas”, disse Eike, ressaltando que a
petroleira pretende chegar em 2015 com capacidade instalada de 450 mil
barris por dia.
Sobre a possível parceria com a estatal, Eike Batista informou que o
assunto já está sendo tratado em reuniões desde a posse da atual
presidente da Petrobras, Graça Foster, em fevereiro deste ano.
